Hoje pela manhã me lembrei do seis de paus e seu simbolismo: o Louro da vitória, o reconhecimento dos outros - o tarô de Waite remete também a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém no domingo de ramos, a gente sabe que ele ainda vai se f* bastante até subir aos céus, mas pelo menos, por aquele momento foi reconhecido.
O seis de paus de um modo mais pessoal me lembra que tudo que colho hoje, a paz de espírito, a tranquilidade, saúde mental, amor, foi plantado há muito tempo, décadas. E reconhecer que eu trabalhei duro pra isso ainda é difícil, eu tenho uma péssima tendência a me diminuir, a relativizar meus esforços, meus talentos, como se eu devesse de alguma forma caber na caixinha medíocre de vida da maioria das pessoas, como se eu devesse ser menos pra ser igual a todos. Injusto! Não que eu seja muito melhor que os outros, mas não sou como a maioria, também não sou branca - o que dificulta muita coisa, inclusive o que não me permite a mediocridade.
Foi-se o tempo que eu tentava e queria me encaixar, a minha fase agora é de ser eu mesma, livre! De permitir a minha espontaneidade, meus sentimentos, meus amores, medos, fragilidades mas principalmente de reconhecer as minhas potências e me orgulhar delas sem falsa modéstia. São tempos de seis de paus, daqui pra frente só aceito louros, ramos de palmeiras e amor. Depois eu penso na cruz.